Participar da restauração do acervo do Instituto Histórico de Pitangui (IHP), no Centro-Oeste mineiro, foi um mergulho na história religiosa do nosso país. Foi, também, um grande desafio.
Algumas das 45 imagens sacras têm mais de três séculos. A imagem de Nossa Senhora das Dores foi salva do incêndio na antiga Matriz da cidade, em 1914, e a de Nossa Senhora da Penha foi trazida por bandeirantes paulistas no Século XVII, quando foi construída a primeira igreja da então Vila de Pitanguy, em homenagem à santa.
A maioria das peças estava carcomida e infestada por cupins. Foi necessário usarmos um inseticida específico, que não danifica o material. Outra opção foi colocar a imagem em uma bolsa e injetar nitrogênio. Desta forma, em pouco tempo os insetos morrem. Também havia imagens quebradas, sem os braços ou outras partes. A remoção da tinta aplicada por cima da pintura original de cada imagem também deu bastante trabalho, pois foi preciso conhecer as características originais da peça para realizar o restauro.
O conjunto de peças religiosas é um dos mais importantes do Brasil, pois é tombado pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Um estudo encomendado pelo Ministério Público de Minas Gerais também constatou a sua relevância para a memória mineira. Um grande trabalho, desenvolvido em 2011, quando a cidade completou 300 anos.
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